Copa do Mundo 2022- Há espaço para as mulheres

Poderia ser só mais um jogo da fase de grupos da tão polêmica Copa do Mundo no Qatar, mas a
partida entre a tetracampeã do mundo Alemanha e a seleção da Costa Rica ficou marcada pela
estreia do quarteto de arbitragem composto somente por mulheres. No pontapé inicial daquela
partida, estavam em campo a francesa Stéphanie Frappart, a mexicana Karen Diaz Medina, a
brasileira Neuza Back e a quarta árbitra Said Martinez, de Honduras. O feito ocorreu no dia
primeiro de dezembro de 2022, quando pela primeira vez desde sua fundação, a FIFA convocou
mulheres para fazer parte do quadro de arbitragem da competição.
Apesar do país sede da Copa estar rodeado de questões controversas para além das quatro linhas,
como a violação de direitos humanos e a homofobia, hoje vamos falar sobre espaço. Sobre o
espaço temporal de 92 anos até que uma mulher pudesse apitar uma partida de futebol masculino
em Copas. Um espaço que nunca havia sido concedido desde a criação do torneio em 1930.
O espaço que a narradora Renata Silveira, de 33 anos, percorreu para ficar marcada na história
por ser a primeira mulher a narrar uma partida do torneio em TV aberta. Barreira que já havia
sido derrubada na edição de 2018 na TV paga, quando a extinta Fox Sports apostava em
transmissões simultâneas comandadas por mulheres. Isabelly Morais, Manuela Avena e a própria
Renata Silveira participaram de narrações ao longo do torneio da Rússia.
O espaço que há muito tempo, foi negligenciado e negado dentro do futebol ou em qualquer
outro esporte majoritariamente masculino. Cenas como a da torcedora iraniana emocionada ao
pisar pela primeira vez em um estádio de futebol, já que no Irã as mulheres são proibidas, ecoam
igual o hino nacional de seu país e o gesto de seus jogadores ao não cantar, em protesto.
As que estavam trabalhando. As que estavam nas arquibancadas torcendo. As que estão
assistindo. As portas estão sendo abertas e há uma leva de meninas que vão poder dormir com o
sonho de um dia jogar, apitar ou torcer. Ou o que quiserem fazer. Para a nova geração, sonhem
meninas! Batalhem e conquistem o lugar de vocês no espaço que muitas já abriram e outras
continuam a abrir. Sonhem, já há espaço para sonhar!

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